quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Educação Inclusiva é realidade nas escolas municipais de Itanhaém

INCLUSÃO – Prefeitura investe em melhorias para que a educação inclusiva seja inserida de forma segura e eficaz no aprendizado da criança.

Educação é um direito de todos. E garantir que o aluno portador de necessidades especiais permaneça em sala de aula do ensino regular é uma realidade nas escolas municipais de Itanhaém. A inclusão já passa dos 200 alunos, sendo que na maioria dos casos, os estudantes recebem o acompanhamento em classe por profissionais da área. Isso inclui a supervisão de coordenadores, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, psicólogos e assistentes sociais.
Atualmente o Município conta com uma equipe composta por cerca de 90 profissionais, disseminadas entre professores e estagiários, que participam de encontros e capacitações na área da educação inclusiva, enaltecendo a qualidade do ensino para o aluno portador de deficiência.
A professora de geografia da E.M. Eugênia Pitta Rangel Veloso, Elaine Maia, dá aula para o aluno Leonardo da Silva Constantino, que tem autismo, e conta com um relacionamento produtivo junto aos demais alunos. “A questão dos amigos, eles sempre incluem o Leonardo no grupo. Esse ano ele está numa sala mais agitada, e por conta disso, melhorou seu desempenho”. A evolução é notória aos que trabalham e estudam na unidade. “Leonardo tem um amigo que se chama Carlos, e ele sempre o ajuda. Há dois anos que estuda aqui, o Leonardo não falava, e agora ele começou a conversar. A escola parou para ouvir o aluno falar”.
A coordenadora pedagógica da E.M. Eugênia Pitta Rangel Veloso, Patrícia Azimonte Iribarne, acompanha o aluno Leonardo desde o ano passado, e acredita estar diante de uma superação. “A integração social era um pouco restrita, e ele se isolava. Hoje está mais tranquilo, mais próximo dos alunos. Ele está mais maduro. Uma coisa que eu vejo na escola, é a questão dos colegas aceitarem as diferenças, e sempre o apoiarem. Outra observação é que na escola os professores investem na educação inclusiva, e temos a parceria das professoras da sala de AEE”.
A educação atua sem fronteiras no Município, e faz a diferença. Exemplo disso, é que além das aulas no ensino regular, os estudantes têm o benefício das Salas de Recursos Multifuncional, onde são realizadas o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Trata-se de um espaço voltado ao aprimoramento do aluno, atuando no contraturno da unidade. As ações se integram aos compromissos do Projeto Político Pedagógico da Escola.
“Ele é tratado com muita atenção e carinho pelos amigos de sala. Todos os dias, o Alexandre conta histórias aqui na sala. Ele aprendeu a confiar na gente, até distribui materiais aos alunos. Daí então, comecei a delegar funções e atividades dentro de sala de aula. A união em sala é muito positiva e favorece o desenvolvimento do aluno”, ressalta a professora Kátia Cilene de Oliveira, da E.M. Profª Lidia Martha F. Gianotti.
A atuação da educação inclusiva, que já existe há 10 anos, começou a ganhar força em 2005, com o surgimento de uma equipe especializada no segmento, oferecendo atendimentos periódicos nas escolas. Em 2008, as salas de recursos começaram a ser montadas, e o trabalho do AEE se desenvolve como uma ferramenta imprescindível na formação do aluno.
O AEE é uma das inovações trazidas pela Política Nacional de Educação Especial Inclusiva (2008), e é um serviço da Educação Inclusiva que ajuda a identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos. Hoje, Itanhaém conta com 11 salas de AEE, que atendem alunos de inclusão de todas as unidades, concentradas nas escolas municipais: Filomena Dias Apelian, Walter Arduini, Noêmia Salles Padovan, Maria Cristina Macedo Gomes, Lídia Martha Ferrielo Gianotti, Eugênia Pitta Rangel Veloso, Luiz Gonzaga, Ignez Martins e Leonor de Mendes Barro I (que atualmente abriga três salas – Deficiente Auditivo (D.A.), Deficiente Visual (D.V.) e Deficiente Intelectual (D.I.).
Mais salas de AEE serão colocadas em prática nos próximos meses, com a ampliação de mais duas classes, nas escolas: Maria Aparecida Soares Amêndola e Maria do Carmo Abreu Sodré. Os atendimentos são diferenciados porque oferecem atividades de ensino que contribuibuem para a capacitação do aluno.
No local, os profissionais contam com equipamentos específicos, como: cadeiras de rodas, andadores, mesas adaptadas, máquinas de Braille, lupa eletrônica, teclado, notebook, mouse adaptados e outros para atender cada tipo de deficiência.
Os investimentos na educação não param por aí. O Município também oferece formação de cursos de Libras e Braille para os professores, pais, estagiários e funcionários das escolas e demais interessados.
“São ações que facilitam no aprendizado do aluno e permitem o relacionamento com os demais estudantes e profissionais. Assim, cria-se uma oportunidade de diminuir as dificuldades e ampliar a participação de todos”, ressalta a coordenadora de Educação Inclusiva, Fabricia Cavalcante.
CAPACITAÇÃO – Os professores do AEE recebem formação mensalmente, por meio dos encontros preparados pela Coordenação da Educação Inclusiva. Recentemente, os estagiários que atuam na educação inclusiva participaram do 2ª curso que esclareceu dúvidas sobre as deficiências dos alunos e orientações quanto aos aspectos teóricos, práticos e suas atribuições nas escolas e creches onde trabalham, direcionando-os a um atendimento de qualidade.
NATAÇÃO PPD – A técnica Milena Pedro de Moraes, acompanhada por Yucatan Koki de Araújo, realizam o projeto de natação às pessoas com deficiência. No Complexo Educacional Harry Forssell  acontece duas vezes por semana o treinamento para os atletas. Os treinos renderam aos nadadores a participação em campeonatos nacionais, estaduais e internacionais.
Para fazer parte da equipe, o interessado terá que ter noções básicas de natação e dirigir-se ao Complexo Educacional Harry Forssell, localizado Avenida Rui Barbosa, s/nº, no Centro.

Projeto Lugar ao Sol promove a inclusão social com as atividades físicas, esportivas e culturais
O projeto Lugar ao Sol integra-se ao Programa Tempo Todo e consiste em desenvolver atividades diárias para crianças com deficiência. Muitos alunos consideram o lugar como sua segunda casa. No programa, o trabalho é realizado através de atividades físicas, esportivas e culturais.
Assim acredita Marta Cristina Barros Menezes, de 48 anos, mãe da aluna Priscila Barros, que tem a filha no projeto há quase seis anos e familiariza com o espaço. “Ele complementa a minha casa. Minha filha se sente como se estivesse em casa. Antes ela era agitada, mas agora está mais calma”.
Atualmente, o projeto atende mais de 140 alunos, e todos os dias são disponibilizados aulas esportivas: xadrez, ginástica, futsal, basquete, voleibol, handebol, tênis de mesa, bocha e natação adaptada.
De caráter educativo, o projeto atende alunos com deficiência matriculados em Escolas Municipais. Inseridas na programação estão as atividades culturais que oferecem aulas de artesanato e dança. Além do trabalho com professores de educação física, educação artística, instrutor cultural, estagiários, inspetores, auxiliar e oficial escolar. Isso sem contar com o acompanhamento da equipe multidisciplinar composta por: Assistente social, fisioterapeuta, fonoaudióloga e psicóloga.
Para atender as necessidades dos alunos, o projeto conta hoje com uma quadra poliesportiva, sala de artesanato e dança, e uma piscina adaptada e semi-olímpica no Complexo Educacional Harry Forssell.
CANTO DAS MÃES – Enquanto aguardam os filhos, mães de todos os bairros aproveitam o tempo em que a criança está no projeto para produzir artesanato e promover a troca de experiências. A iniciativa, que existe desde 2008, leva mães a participarem da oficina de artesanatos em geral.
Com os materiais disponibilizados pelo projeto, as mães costuram e confeccionam bolsas, toalhas e outros. “Sentimos a necessidade de preencher o tempo ocioso de forma que a própria mãe iniciasse uma oficina. A ideia foi tão boa que hoje atendemos 12 mães”, ressalta a coordenadora do projeto Lugar ao Sol, Cristiana Cida Marinho Pinto.
As atividades são executadas de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, no Centro Tecnológico de Educação, Cultura e Esportes (CMTECE) e no Complexo Educacional Harry Forssell.
SERVIÇO SOCIAL – Elabora ações para melhorar o desempenho do aluno e sua formação para a cidadania.
FISIOTERAPIA – Os profissionais desenvolvem um trabalho preventivo voltado à educação, onde o fisioterapeuta orienta família e educadores sobre como lidar com a criança.
FONOAUDIOLOGIA – Atua de forma efetiva nos casos que apresentam alterações fonoaudiológicas, realizando triagens, orientações, acompanhamento e encaminhamentos quando necessário.
PSICOLOGIA – Atua em acompanhamentos, aplicação de técnica e métodos terapêuticos, orientando aos pais, professores e monitores.
JOGOS ESPECIAIS DA BAIXADA SANTISTA – Criado em 2000, o JOEBS é sediado e organizado em diferentes cidades. A competição une atletas com deficiência de toda a região, com o objetivo de estimular a inclusão social através do esporte.
Por meio do Joebs, mais alunos deficiência têm a chance de conhecer e se interessar pela atividade física. E desde 2004, Itanhaém participa assiduamente dos jogos, com as modalidades: natação, handebol, basquete, vôlei e tênis de mesa.

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